- Amigos, peço apenas que me escutem por somente dois minutos por conta de uma coisa que preciso lhes dizer e posso garantir que não pretendo me alongar, o que, aliás, não é do meu feitio. E digo isso porque, e sempre tem que ter um porque, trata-se de um assunto de uma relevância impar e, assim sendo, não podemos deixar de considerar verdadeiramente.
Quero ir direto ao assunto que provoca a minha intervenção, uma vez que nos dias de hoje, não podemos nem devemos deixar que o prolixismo nos afete de modo a tornarmos a objetividade, uma realidade longínqua. E é provável até que não nos seja possível agir com parcimônia, posto que o assunto que faz com que eu me dirija a todos voces que estão presentes neste recinto de reuniões é deveras urgente.
Vou então ao ponto crucial da mensagem que clama por ser exposta e que tem em mim o seu porta-voz: como todos já devem estar cientes, existe, como sempre há, um horário determinado para que as reuniões, sejam ordinárias ou extraordinárias, e independente do número de participantes, o que sequer faria alguma diferença para o que estamos tão urgentemente tratando, atinjam ao que se possa entender como tendo chegado a um ponto derradeiro. Ou seja, quando o momento considerado como o extremo passa a ser constatado, não importa se os argumentos acerca dos inúmeros assuntos foram esgotados ou ainda carecem de maiores tratativas por restarem ser debatidos. Cabe a mim informar que aquele ponto já está ultrapassado e é imperioso que deixemos de lado a vontade maior que nos impele a continuar nos nossos esforços de imprimir solução às pendências que por ventura existam e que por isso demandam maiores debates, e sabedores de que as alternativas teimam em nos escapar em face da raridade de tempo hábil, tomemos a atitude indesejada no momento, de declarar, em alto e bom som, de forma clara e sucinta,não permitindo que haja qualquer possibilidade de dúvidas a quem quer que seja, com relação ao encerramento de forma cabal e imediata de nossas atividades de dia de hoje, cientes de que em uma outra oportunidade nos será possível retomar o que restar para ser visto, o que, positivamente, neste instante não é mais admissível.
Se esse mesmo sujeito não fosse prolixo, poderia ter dido
- Está na hora. Temos que encerrar e ir!
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