segunda-feira, 18 de abril de 2011

Desarmamento?

Com o lamentável episódio de Realengo voltou a questão do desarmamento. 
Parece até que o doido (mesmo que outros encontrem inúmeras razões implícitas para o comportamento daquele maluco) foi até uma loja credenciada, se identificou e comprou as duas armas que utilizou; feito isso, cumpriu as exigências rígidas da lei e conseguiu o porte de armas.
Não foi isso que aconteceu. Suas armas foram conseguidas de maneira ilícita.
Encontrei no blog visaopanoramica.com um texto muito bem estruturado e destaquei alguns trechos que podem ser vistos abaixo:


Quando você pergunta por quais motivos os EUA têm mais armas, mais habitantes e, mesmo assim, menos mortes; a resposta fica clara quando certas informações chegam ao seu conhecimento: A taxa de elucidação de crimes é de 70% – em alguns estados chega a 80% ou mais – a polícia reprime qualquer crime com a mesma eficiência; a investigação é meticulosa e tecnicamente cuidadosa; o criminoso é preso e cumpre longas penas com poucos benefícios; os condenados não têm sigilo postal e todas as suas conversas – inclusive com advogados – são monitoradas. A coisa fica ainda pior se tirarmos como parâmetro a Inglaterra, lar da melhor polícia do mundo, lá a taxa de elucidação de crimes é de 95%.
A política da Tolerância Zero funciona com a seguinte lógica: se uma janela for quebrada em uma rua e nada for feito a respeito disso, alguns jovens podem começar a achar que têm carta branca para quebrar outras janelas e cometer pequenos atos de vandalismo. Com o tempo, o bairro ganharia fama de decadente e perigoso. Os cidadãos amedrontados ficariam longe da área e os criminosos ganhariam uma base para suas operações, abrindo espaço para que viciados se amontoassem pelas ruas e cometessem crimes diversos (notou alguma semelhança com as Cracolândias Brasil a fora?). Além disso, o policiamento mais repressivo e mais presente inibe eficientemente a ação dos criminosos (vimos isso com clareza nos grandes eventos em que a presença maciça, da polícia e das forças armadas, nas ruas derrubaram drasticamente os índices de criminalidade aqui no Rio). e impede seu estabelecimento em pontos fixos de determinados bairros.
O grande problema é que, para isso ocorrer, os políticos têm de trabalhar em prol da sociedade e abdicar, pelo menos por alguns momentos, da construção de suas fortunas pessoais e das negociatas a que se dedicam. Aprovar leis mais eficientes e punições verdadeiramente pesadas para crimes violentos (outro problema grave, pois a maioria legisla temendo ser vítima de suas próprias leis no futuro).
A realidade nua e crua se traduz em números: Nesses dez anos em que o Estatuto do Desarmamento está em plena vigência e a compra e posse de armas e munições no Brasil foi drásticamente restrit,a a taxa de homicídios cresceu mais de 17% (de 41.950 em 1998 para 50.113 em 2008). (Leia)
Bandido não compra arma em loja; bandido não cadastra (e muito menos recadastra) arma; bandido não se desarma; bandido não liga para a lei e nem se você é a favor do desarmamento. Não são as armas que matam. É a impunidade. É a ineficiência do Estado. É a inércia dos políticos e dos cidadãos. É o Judiciário arcaico. São as leis brandas e paternalistas demais. É o uso político da Segurança Pública. É a incompetência e o desaparelhamento das polícias. É a impunidade.
Arthurius Maximus

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