terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Gafes na posse do Reitor da USP

A foto ao lado mostra a cerimônia de posse do novo reitor da USP, João Grandino Rodas, ocorrido na última segunda-feira (25). Tudo muito bom, tudo muito bem.
O problema está relatado pela própria matéria que reproduzimos abaixo:

“A apresentação da cerimônia foi feita pelo casal de atores Paulo Vilhena e Thayla Ayala, que, em algumas vezes, se atrapalharam com os nomes de autoridades e cometeram gafes no protocolo, causando risos na plateia.”

Conforme já comentamos aqui em outra postagem, não basta ser famoso (a) ou bonito (a) para ser Mestre de cerimônias. Quem organizou o evento de posse da pessoa de maior autoridade em uma centenária instituição acadêmica não atentou para o fato de que a imagem tanto do dirigente quanto da própria instituição estavam em jogo.

Pela seriedade do momento deveria ter sito contratado um profissional capacitado e de experiência comprovada, objetivando preservar tanto a cerimônia quanto os nomes envolvidos.

Para corroborar nossa opinião apresentamos abaixo dois trechos que pinçamos sobre o assunto:

"Quem deve ser o Mestre de Cerimônias? Quais características precisa ter?

Precisa de conhecimento, treinamento e aperfeiçoamento de sua função; necessita saber o que faz, como sair de imprevistos, como se dirigir e conquistar a platéia, sem aparecer. Sim, sem aparecer, porque mesmo conduzindo o acontecimento, existem os anfitriões, os convidados especiais, os conferencistas e a platéia. São esses os donos do evento.

Vaidade, prepotência e arrogância não fazem parte da função do Mestre de Cerimônias. Também humildade excessiva, timidez, medo do público e pânico não combinam com ele."

Por Gilda Fleury Meirelles

“O bom Mestre de Cerimônias não deve subtrair a atenção para si, mas conduzi-la aos outros protagonistas da solenidade. Suas intervenções facilitam o encaminhamento de cada um dos momentos que compõem a ocasião, tal qual um maestro, que conduz e harmoniza a música da orquestra.

A discrição começa pelo traje. É salutar que o Mestre de Cerimônias não use cores chamativas ou utilize atavios espalhafatosos, que distraíam a atenção dos presentes.”

Por Luciano Guimarães Pereira


Só para se ter uma idéia do tamanho do equívoco do organizador do evento, listamos abaixo algumas autoridades que estiveram presentes no evento:

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, os ministros do STF Ricardo Lewandowski e Ellen Gracie, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o deputado estadual Barros Munhoz, presidente da Assembleia Legislativa de SP; o cardeal arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, e o arcebispo emérito da arquidiocese de Bauru, Dom Antonio Maria Mucciolo; os representantes do protestantismo, reverendo Ademir Aguiar; do judaísmo, rabino Michel Schlesinger; do budismo, patriarca Saikawa Tosho; do islamismo, xeique Armando Hussein Saleh; e do candomblé, ialorixá Wanda de Oxum. O governador Jose Serra não compareceu à cerimônia de posse, mas foi representado pelo secretário de ensino superior, Carlos Vogt. A cerimônia teve também uma apresentação da Orquestra Sinfônia da USP.


Utilizar pessoas de destaque na mídia televisiva cabe sim em eventos onde a proximidade com a descontração e o caráter pouco cerimonioso é real, como entrega de prêmios e apresentações festivas do gênero.

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