sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Pressa demais


Estivemos ontem numa solenidade de Colação de Grau de uma universidade que tem um pólo, ou subsede em Macaé-RJ.

Não é a primeira vez que problemas acontecem por conta da pressa desenfreada das autoridades que se deslocam da cidade sede para a subsede, que chegam na hora marcada, é verdade, mas sempre sem tempo suficiente para o desenrolar natural da solenidade.

O excesso do pedido de velocidade chegou ao ponto de uma “coordenadora” solicitar ao Mestre-de-Cerimônias que chamasse de dois a dois na hora da entrega das placas de homenagem. Ora, todos sabemos que os diversos momentos desse tipo de solenidade são cheios de simbolismos, repletos de emoções e, por outro lado, flagrado por inúmeras câmeras fotográficas cumprindo seu papel de registrar cada momento. Se fosse atendida a tal “coordenadora”, as formandas (eram só mulheres) não teriam como fazer sua entrega que é individual, os homenageados não teriam o merecido espaço para receber suas placas, o público não saberia nem veria o que estaria acontecendo nem nada seria bem registrado em fotos.

Mas cumprindo determinação (o diretor ordenou que começasse imediatamente) o Mestre-de-Cerimônias iniciou o evento saudando a todos e anunciando o início da solenidade. Cumprindo o roteiro estabelecido, aquele condutor então solicitou que todos ficassem de pé e com muitos aplausos recebessem as formandas. Ato contínuo todos se levantam, se viram para a entrada do tapete vermelho mas...

E as formandas??????????????????

Ainda não estavam prontas para entrar. E ficou aquele hiato. Por que não entram, perguntavam. As formandas ainda se aprontando perguntavam o por quê de já ter começado.

A pressa exacerbada do diretor daquela instituição provocou um mal estar geral, mesmo após ter sido avisado que as concludentes não estavam prontas.

E então nós perguntamos: se aquela direção não tem tempo suficiente para fazer o deslocamento de uma cidade até a outra, por que não delega poderes para alguém do lugar representá-lo, como acontece em tantas instituições?

E aí vem nossa segunda grande crítica: lá as estrelas são os professores e a direção da universidade. Todas as instituições que conhecemos ( e não são poucas) dão o devido destaque, numa solenidade de Colação ou Outorga de Grau (comumente chamada de formatura) aos concluintes. E é assim que tem que ser, pois o evento é feito para eles e por causa deles. Assim sendo, sempre entram primeiro no recinto os professores e a administração, os quais ficam no palco para receber os protagonistas do acontecimento. Quando os egos falam mais alto, insistem em subverter a ordem natural para que os concluintes recebam e aplaudam os professores, como se eles fossem a razão da cerimônia.

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