Em novembro de 2009, foi sancionada a Lei Federal nº 12.092 que institui 29 de outubro como o Dia Nacional do Cerimonialista. Mesmo ganhando reconhecimento nacional, muitos ainda acreditam que qualquer pessoa que organize uma festa de aniversário ou um jantar social está apta para exercer a atividade de cerimonialista na esfera pública ou mesmo na área privada.
A atuação na área de eventos, cerimonial e protocolo requer do profissional conhecimento multidisciplinar. Comportamento humano, política, sociologia, administração e comunicação são alguns fundamentos desta área. É necessária extrema habilidade para planejar as atividades, contratar os fornecedores, exercer liderança, delegar tarefas, gerenciar equipes e supervisionar o andamento dos trabalhos.
Em eventos com a presença de autoridades públicas, o profissional responsável pelo cerimonial também precisa saber aplicar corretamente as regras do protocolo, para dar a cada um o tratamento correspondente ao cargo que ocupa.
Dentro deste contexto, cabe frisar a importância da precedência. Cada evento, cada anfitrião, cada situação é única, e merece ser estudada com atenção e muito cuidado. O profissional deve estar atento e sempre pronto para informar o que é protocolarmente mais coerente, mas também, deve ser flexível e sensível para detectar os costumes da organização, as relações de poder, os interesses institucionais. Não basta apenas ser protocolar, é preciso ter senso político e principalmente bom senso. A não observância dessas questões pode ter conseqüências trágicas, como um mal-estar entre instituições, ruptura de parcerias, quebra de contratos e de falta de apoio mútuo.
Além disso, é imprescindível para o sucesso do evento uma equipe de cerimonial afinada. Trabalhar em eventos é trabalhar em equipe, é gerir pessoas. Cada um fazendo a sua parte, mas tendo a noção do todo, da necessidade de cada etapa da solenidade. Pró-atividade é a característica principal de quem quer se inserir no mercado de eventos e cerimonial. O mestre de cerimoniais, os recepcionistas, pessoal de apoio, motoristas, todos devem saber o que é o evento, o que está programado para cada momento e contribuir para que tudo ocorra de acordo com o planejado. Não basta delegar funções e explicar o que se espera de cada profissional, é preciso sim, treinamento, ensaios e constante acompanhamento.
Contudo, em eventos, nem tudo sai como o esperado. Algum equipamento pode quebrar, pode faltar energia elétrica ou durante o evento, alguém pode passar mal. Tudo isso tem que fazer parte do planejamento. Quando há esse plano prévio, fica mais fácil lidar com os percalços que acontecem em todo evento.
Por fim, tem-se o pós-evento, que é o momento para a equipe falar, apontar as falhas, as dificuldades e dar sugestões. Evento é equipe, o chefe de cerimonial que não dá ouvidos à equipe está fadado ao fracasso. É também no pós-evento, o momento para o chefe dizer o que esperava e não foi realizado, e, como deve ser a postura dos profissionais nos próximos eventos, tudo com muito tato e educação. Planejar e treinar antes, ser pro-ativo e educado durante, e manter-se firme, sensato e sempre disposto a aprender depois, tratando todos com respeito e consideração.
Enny Danielle Alves
Relações Públicas, chefe do Cerimonial do Ministério Público de Alagoas
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