Quem é
obrigado a trabalhar com roupa social, ou simplesmente gosta de usar peças mais
formais no dia a dia, nem sempre está 100% confiante em relação ao visual.
Combinar a gravata com a camisa, por exemplo, é uma das dúvidas mais comuns
entre os homens e, dependendo da escolha, pode destruir qualquer produção.
Pensando nisso, a reportagem do iG Moda conversou com três
profissionais de moda masculina e preparou um guia prático para você não errar
na hora de comprar uma gravata, além de dicas de tendência, tecidos e muito
mais.
TENDÊNCIA
Há décadas, a alfaiataria tornou-se fundamental nos editoriais de moda e
desfiles (masculinos e femininos). Logo, a gravata virou tendência mundial,
deixando de ser exclusividade dos executivos. "Hoje, não tem mais idade ou
ocasião que limite o uso da gravata, já que os padrões estão bem
democráticos", confirma Hervé Tomedi, coordenador de estilo da Dudalina.
Para Luiz Aziz Neto, consultor de estilo e proprietário da Alfaiataria
Persona, a gravata e os costumes e calças têm ficado mais finos.
"Atualmente, uma gravata tem aproximadamente de 7 a 7,5 centímetros de
largura na ponta, menos listras e mais desenhos miúdos e xadrezes."
TECIDOS
"O tecido mais bacana é a seda", garante Aziz Neto. Segundo ele, a
seda mais comum costuma ser produzida ao norte de Milão, na Itália, numa
cidadezinha chamada Como. "As gravatas de seda pura são mais charmosas e trazem
todo o glamour da gravataria. Não pense em outro tecido: o brilho, a textura e
o caimento são perfeitos", diz Tomedi. Já a gravata de baixa qualidade,
principalmente feita de poliéster, tem curta duração e pode formar bolinhas,
fior repuxados e soltar pelos.
CUIDADOS
De acordo Tomedi, antes de escolher a gravata ideal para compor o figurino, é
interessante prestar atenção na qualidade da peça e prezar pelo excelente
acabamento e perfeito caimento. A cor também tem de estar de acordo com a
ocasião. "Durante uma reunião de negócios ou em momentos em que o homem
precisa ser notado, o tom deve ser marcante e contrastante com o look. Já no
dia a dia, as cores medianas são ideais, podendo contrastar com a roupa de uma
maneira mais sutil." Para jantares ou confrarias, as cores mais sóbrias
são apropriadas (mesmo em contraponto ao traje). "O contraste sempre fica
bacana, o importante é saber dosar os tons para cada situação. Neste caso, o
“ton sur ton” pode ser usado, mas com o cuidado de não parecer pálido ou
tímido." E, claro, evite as gravatas com desenhos infantis, frases, cores
berrantes.
O MODELO
IDEAL PARA CADA OCASIÃO
"A gravata tem o poder de apresentar o homem em cada momento, lembrando
que a cor é o principal item. Hoje, o modelo normal alongado até o cinto pode
ser usado em todas as situações: jantar, casamento, formatura ou eventos de
moda", diz o coordenador de estilo da Dudalina. Confira as dicas dos
profissionais:
- No
casamento:
principalmente para o noivo e os padrinhos, fica elegante usar modelo prata
liso ou maquinetado. Dependendo do caso, vale até investir numa gravata
borboleta.
- Look
fashion: pode-se
ousar com uma gravata borboleta xadrez, bem na linha preppy (dos uniformes das
escolas norte-americanas). A peça de crochê (de seda) está em alta em alguns
países e, aos poucos, começando a ser aceita no Brasil. "É aconselhável
procurar os modelos atuais, mais longos que os usados em décadas
passadas", explica Tomedi.
- Traje a
rigor: tudo o
que se permite variar em moda perde o efeito e você precisa seguir exatamente o
que a especificação do traje exige.
- Jantar de negócios: procure usar algo mais sereno e conservador, nos
tons marrom, grafite, musgo, bordô, marinho ou uva.
- Jantar romântico: escolha algo nos tons médios e mais quentes
(variantes de vermelho, verde e marrom) ou com mistura de cores que agradam as
mulheres (rosa, lilás, azul bebê).
- Trabalho: "Depende muito da profissão. Um advogado, por exemplo,
deve remeter seriedade e use cores escuras. Se o profissional trabalhar na área
da saúde, deve remeter confiança e usar cores quentes. Já um publicitário pode
apostar em cores claras, que remetem a criatividade", sugere Aziz Neto.
PARA CADA
CAMISA, UMA GRAVATA
Cada camisa merece um tipo de gravata, tanto na estamparia quanto no tamanho do
colarinho ou modelo do terno. "É necessário tomar alguns cuidados, como
evitar cores berrantes, xadrez exagerado, camisas curtas no punho, calças
curtas nos tornozelos e roupas de tamanho menor ou maior do que o manequim real
da pessoa. O exagero de acessórios ou cores desconectadas também estraga
qualquer visual”, aconselha Fernanda S, consultora de moda da Remo Fenut. Há algumas
regras que também ajudam nas combinações de camisas e gravatas:
- Camisa
branca: é sempre
uma peça-chave do guarda-roupa masculino. Elas caem muito bem com todos os
tipos de gravatas e aceitam diferentes combinações.
- Camisa
azul: com essa
cor é possível seguir a regra da camisa branca, especialmente as mais claras.
Boa para quer gosta de variar no dia a dia.
- Camisa
listrada: é
necessário ter mais cuidado na escolha da gravata, pois requerem atenção tanto
com a largura das listras, quanto com as cores.
- Camisa
com quadriculado pequeno: peças assim caem melhor com fundo neutro como branco e azul para
ocasiões mais formais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tanto as gravatas tradicionais quanto as mais finas podem dispensar os
prendedores, ainda que o acessório seja um clássico dos guarda-roupas
masculinos. “Fique atento ao tamanho correto da gravata: ele deve ser até o
começo da fivela do cinto. Para o nó, faça o que sabe melhor, considerando que
o colarinho italiano precisa ser preenchido", alerta Fernanda.
Eduardo Diório – www.ig.com.br