quarta-feira, 27 de abril de 2011

70 conseguir...

Vi agora há pouco uma matéria onde foi colocada a figura de um candidato aparentemente injustiçado por não poder tomar posse num concurso público no qual o mesmo havia passado, pelo simples fato de estar com 72 anos.
A "vítima" Ephraim Ferreira Alves é professor aposentado e passou realmente num concurso para professor. Ele alega que o edital do concurso não previa idade limite e que, por isso, não pode ser impedido de tomar posse.
Porém a Constituição Brasileira, que data de 1988 prevê:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

O artigo 40, § 1º diz que ...serão aponsentados...  compulsoriamente, aos setenta anos de idade...
Se um servidor tem que obrigatoriamente ser aposentado aos setenta anos, fica mais do que evidente que ninguém pode ingressar no serviço público após tal idade. Caso contrário, poderíamos ter uma situação incrível de o novo servidor Ephraim tomar posse como servidor público e receber, naquele exato momento, uma comunicação de que estaria, no instante seguinte, sendo afastado compulsoriamente. Que tal?
Se o referido candidato consegue tomar posse e passar a atuar com 72 anos, como ficam os servidores que foram aposentados pela idade limite constitucional? E a partir da nova situação, como  ficam aqueles que estiverem completando a idade máxima?
70 responder. Se não conseguir 60 e 70 novamente.
Se a expectativa de vida aumentou do que era em 1988, que se altere então a CF, após os trâmites legais e estudos pertinentes.
Mas isso é para o futuro, outras postagens, outros concursos etc

Qual a alternativa?

Muita gente está reclamando  dos sérios problemas que a greve dos vigilantes está causando, principalmente com referência ao funcionamento dos bancos.
Acabei de ouvir que os vigilantes estão sendo "incompetentes" na negociação da greve e que deveriam recuar pois a população está contra .
 Certas pessoas não pensam nas alternativas quando dizem certas coisas:
Qual seria a opção para os grevistas, se recuassem? dar um passo atrás para continuar negociando?
tentar retomar o movimento num outro momento? qual? pedir o apoio da população prejudicada?
E qual seria a postura da classe patronal diante do recuo?
Qual seria a reação da população se uma nova greve houvesse num momento mais propício? Haveria um momento mais propício?
 Via de regra, quando uma classe de trabalhadores chega a uma greve, já se esgotaram todas as possibilidades de negociação com os patrões, a ponto de a única possibilidade restante é uma paralisação de suas atividades. Se retornam ao trabalho sem que haja um avanço pela parte contrária em atender, mesmo que em parte, aos pedidos, somente mostram a fraqueza que, via de regra, os patrões pensam que existe.
Quem pensa que a greve só é ruim para os usuários, não sabe o trabalho e o desgaste que há num movimento paralisatório, com todas as pressões sofridas por colegas temerosos, por patrões pouco conscientes, pela própria família preocupada, pela opinião pública etc.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Pare, mas pare certo

Erro que é erro ocorre em qualquer lugar.
A prefeitura de Curitiba nos dá um bom exemplo disso: veja clicando sobre a foto que ao invés de escrever "PARE" em um cruzamento no bairro Cajuru, numa matéria que está no G1

Programação II ENC - 2011

O mestre cerimonialista Manuel Veras nos pede e colocamos aqui a programação do II Encontro Nordestino de Cerimonialistas - 2011.


PROGRAMAÇÃO

Dia 27.04 - Quarta-feira

8h - Credenciamento

9h às I0h - Solenidade de Abertura com a participação da Presidência do CNCP/Brasil, do Coordenador Regional Nordeste e do Diretor da Representação do CNCP no Estado da Bahia.
  • Apresentação da Orquestra infantil “Estrelas Musicais”
10 às 11h - Conferência:
Tema:  Perfil e Atribuições do Cerimonialista - Profissionalismo em qualquer lugar.
Palestrante: José de Pádua Martins de Oliveira - CNCP/NR - Coordenador do CNCP da Região Nordeste (RN).

11h às I2h - Palestra
Tema: Perspectivas de contribuição do Cerimonial aos Poderes Públicos Locais - Prefeitura Municipal de Salvador e Tribunal de Contas nos Municípios”
Palestrante : Luiz Fernando Ribeiro Soutelo - Diretor de Patrimônio da Academia Brasileira de Cerimonial (SE)

12h às 14h - Almoço Livre

14h às 15h30 - Palestra
Tema: Cerimonial para Municípios - Implantação, Gestão e Atribuições.
Palestrante: Eliane Ubillús - Vice-Presidente do CNCP/Brasil, 1ª Vice-presidente da OICP e Chefe do Cerimonial do CODIVAP (SP).

15h30 às 16h - Intervalo

16h às 17h45 - Mesa Redonda
Tema: Discussões do Cerimonial no Judiciário TJ/ MP/ OAB/ Defensoria Publica - Avanços da Região Nordeste
Tribunal de Justiça.
Palestrantes: Sandra Meire Couto Dias Santos dos Santos - Assessora da Presidência do TJ do Estado da Bahia, Cerimonial/MP Ministério Público - (BA), Daniela Cairo Santos de Freitas -  Defensoria Pública - Dr. Jânio Cândido Neri -Defensor Público - titular da Especializada de Direitos Humanos - (BA) e, a definir, representante da Ordem dos Advogados - OAB.

20h - Jantar de confraternização com Show (Adesão) - Capoeira


Dia 28.04 - Quinta-feira

9h às 10h30 - Mesa Redonda
Tema: Panorama e Propostas de Remuneração Unificada Nordeste para atividades do Cerimonial e Organização de Eventos.
Debatedorres: José de Pádua Martins de Oliveira - Coordenador Regional do CNCP/Brasil (RN). Jarbas Oliveira - Diretor da Representação do CNCP/Brasil no Estado da Bahia (BA),
Alex Gomes - Vice-Diretor da Representação do CNCP/Brasil no Estado da Bahia (BA),
Daniela Cedraz Aquino - Secretária da Representação do CNCP/Brasil no Estado da Bahia (BA).

10h30 às 10h45 - Intervalo.

10h45 às 12h - Apresentação das Discussões - Carta do Nordeste.

12h às 14h - Almoço Livre.

14h às 16h - Painel
Áreas de Atuação e Especialização do Cerimonialista - Tendências e Perspectivas:.

Tema: Cerimonial Empresarial
Palestrante: Eduardo Salazar Lopes Pereira - Diretor de Eventos do CNCP/Brasil e Assessor de Relações Públicas/Chesf (PE).

Tema: Cerimonial em Eventos Técnico-Científicos
Palestrante: Cinara Cardoso Alvarez Teixeira - Diretora Executiva da TATICCA  Organizações e Marketing de Eventos Ltda. (BA)

Tema: Cerimonial Universitário
Palestrante: Manoel Veras Cruz da Silva Filho - Assessoria do Cerimonial da UFPI (PI).

Tema: Cerimonial Social
Palestrante: João Batista de Santana Costa (Joãozinho) - Secretário da Diretoria da Representação do CNCP/Brasil para o Estado do Rio Grande do Norte (RN).

16h às 16h15 - Intervalo

16h15 as 17h30 - Conferência
Tema: Fundamentos Éticos do Cerimonial
Palestrante: Marcílio Reinaux - Assessor da Presidência do CNCP/Brasil, Diretor daComissão Setorial de Símbolos, Honras y Distinções da OICP, Presidente da Academia Brasileira de Cerimonial, do Mc Forum e Vice-presidente do Colégio Brasileiro de Cerimonial.

17h30 - Solenidade de Encerramento

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Coisas do idioma novamente

O leitor Alex Ribeiro Cabral deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Coisas do nosso idioma", mas que resolvemos transformar em um novo post. Leia?




João Ubaldo Ribeiro em sua coluna no Globo de 24/04/11 escreveu sobre alguns vícios de linguagem que estamos nos acostumando a ouvir (e falar) ultimamente.
Um deles é o uso indiscriminado do "você". Numa conversa em vez de se formular uma frase assim:"quando se comete um crime dessa natureza, tem de se estar preparado para os rigores da lei";formula-se dessa maneira: "quando você comete um crime dessa natureza, você tem que estar preparado para os rigores da lei". 
De um momento para o outro o interlocutor vira o próprio criminoso. 
Ou então a seguinte frase: "em alguns estados dos EUA quando se mata alguém, há condenação à pena de morte"; é alterada e termina assim: "em alguns estados dos EUA se você matar alguém, você para ser condenado à pena de morte".
Ele também fez menção ao fato de estar bastante em voga a utilização de presidenta no lugar de presidente, quando o cargo é ocupado, obviamente, por mulheres. Segundo Ubaldo, apesar de "presidenta" já ter sido consagrado pelos dicionários, dever-se-ia atentar para a uma possível "morte" dos substantivos comuns de dois gêneros, afinal se já está sendo aceita a expressão "presidenta", daqui a pouco serão aceitas "estudanta", "gerenta", "residenta", "atendenta" e, por que não, "motoristo"?
Ele termina o texto dizendo que pelo que se sabe a presidente Dilma prefere a grafia "presidenta", e que se é assim, ele, João Ubaldo" se reserva ao direito de chamá-la de governanta, em vez de governante, hehehe. 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Nova ferramenta

Foi criado e divulgamos aqui o site do Forum dos Organizadores de Cerimônias Universitárias e Acadêmicas das Instituições de Ensino Superior Brasileira - FORCIES.

Fruto do dinamismo da nova diretoria e do vasto conhecimento do Ray Garbelotti a página www.forcies.com será uma grande ferramenta para facilitar o intercâmbio de artigos e pormenores acerca do mundo do Cerimonial Universitário.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica

No período de 27 a 30 de junho acontecerá o III Congresso Fluminense de Iniciação Cientifíca e Tecnológica em Campos dos Goytacazes.
O importante evento é mais uma vez realizado conjuntamente entre a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF) e o Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da UFF (ESR).
As incrições para participar das palestras e mesas redondas já podem ser feitas, inclusive por interessados de outras instituições.
Veja o link do Congresso aqui.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Desarmamento?

Com o lamentável episódio de Realengo voltou a questão do desarmamento. 
Parece até que o doido (mesmo que outros encontrem inúmeras razões implícitas para o comportamento daquele maluco) foi até uma loja credenciada, se identificou e comprou as duas armas que utilizou; feito isso, cumpriu as exigências rígidas da lei e conseguiu o porte de armas.
Não foi isso que aconteceu. Suas armas foram conseguidas de maneira ilícita.
Encontrei no blog visaopanoramica.com um texto muito bem estruturado e destaquei alguns trechos que podem ser vistos abaixo:


Quando você pergunta por quais motivos os EUA têm mais armas, mais habitantes e, mesmo assim, menos mortes; a resposta fica clara quando certas informações chegam ao seu conhecimento: A taxa de elucidação de crimes é de 70% – em alguns estados chega a 80% ou mais – a polícia reprime qualquer crime com a mesma eficiência; a investigação é meticulosa e tecnicamente cuidadosa; o criminoso é preso e cumpre longas penas com poucos benefícios; os condenados não têm sigilo postal e todas as suas conversas – inclusive com advogados – são monitoradas. A coisa fica ainda pior se tirarmos como parâmetro a Inglaterra, lar da melhor polícia do mundo, lá a taxa de elucidação de crimes é de 95%.
A política da Tolerância Zero funciona com a seguinte lógica: se uma janela for quebrada em uma rua e nada for feito a respeito disso, alguns jovens podem começar a achar que têm carta branca para quebrar outras janelas e cometer pequenos atos de vandalismo. Com o tempo, o bairro ganharia fama de decadente e perigoso. Os cidadãos amedrontados ficariam longe da área e os criminosos ganhariam uma base para suas operações, abrindo espaço para que viciados se amontoassem pelas ruas e cometessem crimes diversos (notou alguma semelhança com as Cracolândias Brasil a fora?). Além disso, o policiamento mais repressivo e mais presente inibe eficientemente a ação dos criminosos (vimos isso com clareza nos grandes eventos em que a presença maciça, da polícia e das forças armadas, nas ruas derrubaram drasticamente os índices de criminalidade aqui no Rio). e impede seu estabelecimento em pontos fixos de determinados bairros.
O grande problema é que, para isso ocorrer, os políticos têm de trabalhar em prol da sociedade e abdicar, pelo menos por alguns momentos, da construção de suas fortunas pessoais e das negociatas a que se dedicam. Aprovar leis mais eficientes e punições verdadeiramente pesadas para crimes violentos (outro problema grave, pois a maioria legisla temendo ser vítima de suas próprias leis no futuro).
A realidade nua e crua se traduz em números: Nesses dez anos em que o Estatuto do Desarmamento está em plena vigência e a compra e posse de armas e munições no Brasil foi drásticamente restrit,a a taxa de homicídios cresceu mais de 17% (de 41.950 em 1998 para 50.113 em 2008). (Leia)
Bandido não compra arma em loja; bandido não cadastra (e muito menos recadastra) arma; bandido não se desarma; bandido não liga para a lei e nem se você é a favor do desarmamento. Não são as armas que matam. É a impunidade. É a ineficiência do Estado. É a inércia dos políticos e dos cidadãos. É o Judiciário arcaico. São as leis brandas e paternalistas demais. É o uso político da Segurança Pública. É a incompetência e o desaparelhamento das polícias. É a impunidade.
Arthurius Maximus

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Falar é fácil

Tentei responder agora há pouco à um comentário de um anônimo no blog Uenfezado sobre uma postagem que fala da 2ª etapa da III Conferência Local de Controle Social.
Não me contenho em somente responder em forma de comentário naquele espaço e trago para cá essa minha inquietação com o que lá está escrito.
São palavras muito ruins a respeito de nossa cidade e que não são dotadas de nenhum carater construtivo. Muito pelo contrário.
A figura escreveu:
maldita cidadela de bosta...   isso aqui é uma bosta...   Vão se catar todo mundo !...   Campos é uma cidade feia...   
PAREM DE PENSAR NOS IMPACTOS ...   ...E CONCENTRE-SE NO... 
Em primeiro lugar,  senhor anônimo, tenha mais atenção ao que escreve para não cometer erros do tipo "vão... todo mundo" - teria que ser vão ... todos e também  "parem"...  ..."e concentre-se"   que deveria ser   parem e se concentrem.
Em segundo lugar, se não está satisfeito, volte para o mundo encantado de onde veio, pois lá deve ser muito bonito, não deve ser cidade de bosta, deve ser uma cidadona bendita e tal... Mas pergunto:  então por que voce saiu de lá? 
Se voce cria seus filhos aqui, se tem trabalho e ganha dinheiro aqui, se faz amigos aqui, se vive aqui, para de falar mal e faça algo de proveitoso ou então VÁ EMBORA!
Ao invés de ficar criticando tanto, voce pode fazer coisas propositivas, tentar mudar o que esta errado etc. Dê sua contribuição: filie-se a um partido político e se candidate seriamente a algum cargo, ou seja candidato de uma associação de moradores, ou de uma entidade social comprometida com o desenvolvimento, ou faça alguma coisa que preste. 
Transforme palavras destrutivas eivadas de sentimentos ruins em ações positivas. 
E comece a se identificar: um cidadão tem nome, obrigações e direitos. 

 

Duas ou uma?

Estou postando duas fotos de uma mesma foto.
Como?
A primeira, publicada por um jornal que deveria ser independente (como qualquer jornal tem obrigação de ser) pode ser vista conforme abaixo:
A outra foto é um "print" da página oficial da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes:
 
 Seria coincidência? Se alguém disser que sim, posso então, lembrando a postagem anterior, dizer que provavelmente o mesmo profissional que trabalha para o jornal independente, trabalha também, coincidentemente,  para a PMCG ou para a empresa que mantem o site no ar.
Será? 
Talvez seja só maldade na   mente   desse povo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Quem não sabe

O jornal O(r)Di(n)ário* ordinariamente publicou uma pesquisa onde a atual prefeita de Campos dos Goytacazes tem somente 14% de desaprovação.
A tal pesquisa dá supostamente à chefe do poder público municipal uma vantagem sobre qualquer adversário político.
Incrivelmente o tal jornaleco está sempre avidamente noticiando fatos exclusivamente positivos sobre o grupo que novamente governa nossa cidade e, ao contrário do que prega o bom jornalismo, age sempre parcialmente.
Coincidentemente todos os diretores (há troca frequentemente) do tal periódico tendencioso,  são partidários do mesmo grupo e comummente fazem parte de suas administrações.
Só não se sabe oficialmente quem é o proprietário do tal jornalzinho que atua partidariamente.
*termo usado pelo Chacal

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Coisas do nosso idioma

O substantivo "coisa" assumiu tantos valores que cabe em quase todas  as situações cotidianas
 
 
 A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É  aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos  faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português.
 
 A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo,  adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma  "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já  coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?".
 
 Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já  as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o  Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as  coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em  Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha. Em Olinda, o bloco
 carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu  estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado /  Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente   ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha.
 
 Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista:  Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título  de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das  Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas.
 
 Em Minas Gerais, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem,  que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o  trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a  coisa!".
 
 Devido lugar
 
 "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de  Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro. "Mas se ela voltar, se  ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de  Vinicius, que sabiam das coisas. Sampa também tem dessas coisas (coisa  de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração",  de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos  (que é coisa nossa).
 
 Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o  capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim! Coisa de  cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o seu  Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o  personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa  Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem  "Coisinha de Jesus".
 
 Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma"   vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB.
 
 No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré ("Prepare seu  coração / Pras coisas que eu vou contar"), e A Banda, de Chico Buarque  ("Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor"), que acabou de  ser relançada num dos CDs triplos do compositor, que a Som Livre  remasterizou. Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta  (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí  com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro".
 
 Cheio das coisas
 
 As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se  esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do  coração. Todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por  Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma geração da MPB era  preocupada com as coisas. Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é
 uma questão de quantidade (afinal, "são tantas coisinhas miúdas"). Já  para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade ("ô coisinha tão  bonitinha do pai"). Todas as Coisas e Eu é título de CD de Gal. "Esse  papo já tá qualquer coisa... Já qualquer coisa doida dentro mexe."
 Essa coisa doida é uma citação da música Qualquer Coisa, de Caetano,  que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem."
 
 Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar.  Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra  coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o  indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua
 vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a  coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.
 
 A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral.  Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o  poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa:  "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é  falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas  coisas!
 
 Coisa à toa
 
 Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um  coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema Eu,  Etiqueta, Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa,  coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa".
 
 Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser  usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as  pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são  coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e  outras cositas más.
 
 Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou  coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema  Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda. Por isso, faça a coisa  certa e não esqueça o grande mandamento: "amarás a Deus sobre todas as  coisas". Entendeu o espírito da coisa?
 
 Se não entendeu, desculpe qualquer coisa.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Bandeiras na OAB-RJ

Ontem à noite na RedeTv passou um importante documentário sobre o atentado  no Riocentro, ocorrido durante o nosso recente governo ditadorial.

Reparei que o presidente da OAB-RJ, comentando sobre um outro atentado à sede da OAB, acontecido em 27/08/1980, tinha atrás de si um conjunto de bandeiras que estavam na ordem errada conforme foto ao lado:  (veja o vídeo clicando na foto)

A ordem das bandeiras colocadas atrás da mesa do presidente, do jeito que está é:
 









Mas a maneira correta de se ordenar as bandeiras é:








O assunto, como já dissemos várias outras vezes aqui, é tratado na lei 5.700/71 e é fácil perceber que dentro do nosso país, em qualquer situação e em qualquer local ou instituição, a bandeira do Brasil tem que ter lugar de destaque, conforme Artigo 19 da referida lei:
Art. 19. A Bandeira Nacional, em tôdas as apresentações no território nacional, ocupa lugar de honra, compreendido como uma posição:
I - Central ou a mais próxima do centro e à direita dêste, quando com outras bandeiras, pavilhões ou estandartes, em linha de mastros, panóplias, escudos ou peças semelhantes;

Ruim é perceber que em plena sede da OAB-RJ, ninguém tenha percebido tal equívoco, que fere a lei que trata de nossos símbolos nacionais.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Copiando maluquice?

Estamos cansados de ficar sabendo de notícias de malucos nos EUA que resolvem entrar em colégios e outros lugares, atirando, matando e ferindo pessoas inocentes, para depois dar cabo de sua própria vida.
Só nos falta agora  começar a aparecer doidos do tipo que surgiu em Realengo para fazer essas idiotices.
Será que será mais uma febre de copiar os americanos?

Sai pra lá!!!

Programa lidel de aldiencia

Gosto muito de ouvir rádio pela manhã, especialmente o programa Página Aberta da Radio Educativa.
Acho muito interessante os debates que acontecem nas leituras das diversas notícias dos vários meios de comunicação.
Mas não é nada fácil ouvir algumas pérolas tanto em matéria de opiniões quanto a que acabo de ouvir e que não é tão difícil de aparecer: "estrupo" .
Quem tem por profissão (ou hobby) o uso dos microfones de uma rádio, tendo ou não a formação universitária necessária, tem por obrigação a vigilância permanente do que fala, principalmente quanto ao uso de vocábulos, afinal, não deixa de ser um formador de opiniões.
A palavra correta é ESTUPRO do verbo estuprar, que significa o uso de violência para fazer sexo.
Nossos ouvidos agradecem.
Imagina se voce ouvisse alguém falando: ...consequência mediovágel de um ser estrogonoficamente inoxidável...
Então ouça o som do chamado "Rei do elogio"
 

terça-feira, 5 de abril de 2011

Mapa mundi

O amigo Sergio Martini me mandou e disponibilizo para todos o Mapa Mundi interativo do IBGE atualizado em 2010.